André era novo no bairro, tinha um pouco mais de dois meses morando por ali, mas todos os vizinhos já sabiam que ele era marceneiro e que trabalhava em um galpão perto do centro durante o dia. Saia cedo e voltava já a noite, o que fazia com que seu “quarto e cozinha” onde morava alugado em um quintal de três casas, em um bairro simples da cidade de São Paulo ficasse o dia todo vazio. Não era de todo caso ruim, já que mal via os vizinhos ou falava com eles. Ele era um rapaz alto com mais ou menos 1,90 e muito bem-disposto, porém muito sério. Tinha cabelo curto, quase raspado, pele morena e não aparentava ter mais de 32 ou 34 anos, com um físico muito bem desenvolvido, ombros largos e mãos calejadas e fortes pela profissão que escolhera após sair do quartel.