Era uma noite de sexta-feira como qualquer outra, bebendo com os amigos no balcão do Bar do Gerson. Seria, se não tivesse chegado no local um rapaz de beleza única, seu rosto parecia desenhado pelos anjos mais puros que habitam o céu. Sua pele umber contrastava com os raros fios de cabelo grisalho que despontavam de sua testa. Ele tomou para si toda minha atenção. O rádio tocando Marília Mendonça já se tornara apenas um ruído distante e abafado, tudo que eu ouvia eram as batidas do meu coração cauteloso, intrigado, como se batesse contra o meu peito para me alertar de que o perigo estava próximo. O rapaz deslizou por entre as mesas, cada vez mais próximo de onde eu