Ela acordou naquela noite, às duas da madrugada e suas amigas estavam a dormir pesadamente como era costumeiro naquele quarto. Parecia que tinha chovido, o “cheiro de chuva” tomou a pequena sala do apartamento quando abriu a porta do quarto. O clima sempre agradável que fazia na cidade agora com a pitada romântica da chuva. Lembrou que desde sempre sentia coisas no corpo quando estava assim, como nas noites, dividindo o quarto com o irmão, altas horas faziam e as telhas ecoavam os pingos que caiam fortes, ela sentia molhar entre as pernas. Numa sensação diferente, instigante era inevitável não ceder. Ela suspirou, fechando os olhos, retornando em si e se achando boba. Foi até o banheiro, a calcinha, ao cair sobre seus pés, estava comumente molhada, de um néctar espesso, odiou aquilo. Será que dormindo ao lado de um mulher a fazia ter sensações involuntárias? Pensou. Tentou imaginar seus lábios tocando os de outra. Franziu os olhos. Não conseguiu. Lastimou o quanto era especialista em procrastinar, tinha trabalho inacabado. Olhou o celular, mais uma mensagem dele.