Quando eu era mais novo, tinha um casal vizinho muito amigo de meus pais. A gente vivia na casa um do outro. Eles eram uns 15 anos mais velhos que eu e eram muito gente boa. Eram quase da família. Tanto é que meus pais nunca tiveram nenhuma preocupação em me deixar sair com eles, pra ir a shoppings ou parques. No sábado à tarde meu compromisso era o futebol com o pessoal da empresa do Jorge, meu vizinho. A gente almoçava e ia de ônibus pra uma associação, que tinha um campo de areia. Passava à tarde lá e voltava pra casa ao anoitecer. E com toda essa convivência, comecei a perceber algumas manias do meu vizinho e uma delas me irritava muito, no começo. Ele era uma pessoa que gostava muito de contato. A todo o momento colocava a mão nos outros, apertava, segurava o braço.